quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Três é demais


Entre as diferentes possibilidades de um grupo musical, a formação compacta dos trios é, de fato, desafiadora. Os trios buscam, com recursos mínimos, o máximo de sua musicalidade, ao contrário dos grandes agrupamentos de músicos, cujo exemplo máximo de sofisticação são as orquestras, nas quais atuam muitos instrumentistas em diferentes linhas harmônicas, melódicas e percussivas.
 Com uma linguagem simples, os pontos fortes dessa formação são a harmonia e o entrosamento existentes entre os integrantes, o que torna possível, muitas vezes, transformar o vácuo sonoro num recurso musical a ser valorizado e explorado.
A partir do início do século XX, quando o Trio Aurora abandonou o antigo rótulo de “Terceto” ao gravar o primeiro disco com a designação de “Trio”, muitos outros passaram a enriquecer a discoteca brasileira.
Nas últimas décadas, um exemplo de trio com grande impacto no contexto internacional é o grupo “The Police” que, na contramão de músicos e grupos de rock que surgiam nas décadas de 70 e 80 buscando técnicas virtuosas para tocar suas canções, passou a influenciar bandas no mundo todo ao apostar na simplicidade.
Esse formato continua a ser redescoberto e explorado e, no Brasil, vários deles se destacam entre diferentes origens e estilos, como o trio Curupira (jazz), o trio Tamoyo (etnomúsica brasileira), o Meretrio (jazz), o Chorando a Tempo (choro) e o internacional Krisium, que faz um death metal de arrepiar.
Ter espaço para duos, trios, quartetos, quintetos até as orquestras, passando por gêneros diferentes, é de extrema importância para o exercício da democracia musical em nosso país.
(Fabius)

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