Entre as diferentes possibilidades de um grupo musical, a formação
compacta dos trios é, de fato, desafiadora. Os trios buscam, com recursos
mínimos, o máximo de sua musicalidade, ao contrário dos grandes agrupamentos de
músicos, cujo exemplo máximo de sofisticação são as orquestras, nas quais atuam
muitos instrumentistas em diferentes linhas harmônicas, melódicas e
percussivas.
Com uma linguagem simples, os
pontos fortes dessa formação são a harmonia e o entrosamento existentes entre os
integrantes, o que torna possível, muitas vezes, transformar
o vácuo sonoro num recurso musical a ser valorizado e explorado.
A partir do início do século XX, quando o Trio Aurora abandonou o antigo rótulo de “Terceto” ao gravar o
primeiro disco com a designação de “Trio”, muitos outros passaram a enriquecer
a discoteca brasileira.
Nas últimas décadas, um exemplo de trio com grande impacto no contexto
internacional é o grupo “The Police” que, na contramão de músicos e grupos de rock que surgiam nas décadas de 70 e 80
buscando técnicas virtuosas para tocar suas canções, passou a influenciar
bandas no mundo todo ao apostar na simplicidade.
Esse formato continua a ser redescoberto e explorado e, no Brasil, vários
deles se destacam entre diferentes origens e estilos, como o trio Curupira
(jazz), o trio Tamoyo (etnomúsica brasileira), o Meretrio (jazz), o Chorando a
Tempo (choro) e o internacional Krisium, que faz um death metal de arrepiar.
Ter espaço para duos, trios, quartetos, quintetos até as orquestras,
passando por gêneros diferentes, é de extrema importância para o exercício da
democracia musical em nosso país.
(Fabius)
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