Em 2006, quando fui dar
uma oficina de Etnomúsica Brasileira e Ideintidade Cultural em Votorantim (SP),
num encontro chamado Violeira, tive a oportunidade de falar para um público
seleto porque estava constituído de grandes nomes da cena musical ligada à
viola. Conheci pessoalmente nomes que eu já acompanhava de longe e que passei a
encontrar nos vários encontros que surgiriam dali. Destaco desse encontro o
maior violeiro do Brasil, com seus mais de dois metros de altura: Júlio Santin.
Médico pediatra, nasceu
na região da Alta Paulista, é um violeiro singular porque compõe e toca uma
música que muita gente não tem mais a noção de que exista. A música paulista
que dialoga com a fronteira com o Mato Grosso do Sul. O fato de Júlio Santin
ser de Irapuru (SP) e ter estudado medicina em Campo Grande (MS) pode ter sido
um dos grandes pilares na sua formação musical, mas sua apurada técnica de
tocar escorregando os dedos horizontalmente no braço da viola para executar
músicas dançantes dos antigos bailes caipiras é um diferencial que coloca esse
artista em patamar diferenciado no rico quadro da diversidade da viola
paulista.
À frente de um dos mais
importantes encontros de violeiros do Brasil, o Caipirapuru, o médico violeiro
toca ao lado de grandes artistas, como Marcos Azevedo, Levi Ramiro, Zeca
Collares, Rainer Brito, Luciano Queiroz, Ivan Vilela, Rogério Gulin, Ricardo
Vignini, Milton Araújo, Arnaldo Freitas, Índio Cachoeira, Pereira da Viola
Num show do trio Tamoyo,
em Salto (SP), tive a oportunidade de tocar com Júlio Santin em 2010, no
festival Violas e Ponteios. Na ocasião, tocamos juntos uma música de sua autoria,
chamada “Festa do milho”, de seu primeiro CD (“Sentimento matuto”), um rastapé
que remete bem aos ritmos das festas rurais. Depois dessa experiência,
Estivemos na mesma programação do Sesc Pompeia no projeto “Violas Paulistas”
(2011), na edição do Violas e Ponteios em Santa Fé do Sul (SP) em 2011, no Encontro
Nacional de Violeiros em São Paulo (2014) e na Feira Nacional da Reforma
Agrária (2015), no Parque da Água Branca na Capital paulista também.
Não só pela elevada estatura, mas pelas inigualáveis qualidades, é sem dúvida, um gigante da viola.
(Fabius)
Não só pela elevada estatura, mas pelas inigualáveis qualidades, é sem dúvida, um gigante da viola.
(Fabius)
Júlio Santin- foto divulgação
Ricardo Vignini, o cineasta Reinaldo Volpato, Júlio Santin (centro) e Fabius na Feira Nacional da Reforma Agrária no Parque da Água Branca em 2015.
Arnaldo Freitas (esquerda), Fabius (de pé à esquerda), Júlio Santin (tocando à direita) e Índio Cachoeira (de pé á direta) na oficina Encontro de Luthiers no Sesc Pompeia (SP) em julho de 2016. (foto: Henrique Susuki)
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